quarta-feira, 16 de março de 2011

O livro depois do e-livro

Desde o primeiro momento em que a "máquina" passou a fazer parte do cotidiano das sociedades e se incorporou de forma a tornar-se essencial, questionamentos surgem a cada novo processo, a cada nova forma de se fazer o que já era feito antes. Toda mudança é (quase) sempre acompanhada de um certo receio (para não dizer um "frio na barriga" de medo do que vai ser do que já existe e é bom).


No início, havia a pintura, e era ela a responsável por retratar o cotidiano e transmitir à posteridade a realidade da época ou do local em que fosse executada. Mas com a chegada da fotografia, pintores começaram a se sentir oprimidos, se sentiram perdendo um espaço precioso. De fato perderam, mas com isso, abraçaram novas vertentes e podemos ver hoje, com toda a difusão da fotografia, que ainda há espaço (e muito!) para a pintura.

A mesma coisa podemos dizer da música. Quando surgiu o arquivo digital de áudio e as pessoas começaram a distribuir trilhas e mais trilhas pela internet, sem se preocuparem com direitos autorais, os músicos se sentiram acuados, com medo de investir em algo que se tornava cada vez mais incerto. Mas também encontraram novas vertentes, começaram a distribuir suas trilhas oficialmente pela rede, e viram que isso tornava possível alcançar um público maior, um público que vai a shows, que acompanha e faz propaganda de seus artistas preferidos.

Sei que são exemplos bem superficiais e com uma visão bastante otimista, mas em suma, é verdade que a evolução no âmbito tecnológico trouxe vantagens, aproximou culturas, permitiu que todos evoluissem, buscando inovar para não sucumbir, e por incrível que pareça, nada que valia a pena ser mantido morreu! Ainda pintam, ainda ouvem disco de vinil, ainda tiram fotos com câmeras de película, ainda jogam jogos antigos (eu sou exemplo desse, hehe) e ainda farão (faremos) isso por um bom tempo, enquanto julgarmos necessário! A questão dos livros não é diferente, só é a mais atual das discussões. Basta olhar para o passado e ver que o desfecho dessa história tende ao mesmo que ao dos outros veículos de cultura e informação.


Qual é melhor ou pior? Qual vale mais a pena? Na minha visão de "anos noventa", o livro de papel é bem mais divertido! O peso, o cheiro, a poeira, ahh.. que incríveis esses objetos chamados "livros"... mas, até quando? A coisa só está no começo! Quanto tempo o MP3 ficou na obscuridade? Quanto tempo demorou para ser assumido como produto final de um artista? Bastante tempo! Portanto, vamos curtir nossos livrinhos enquanto podemos, me deixe colecionar meus mangás em paz e, se o mundo não acabar no ano que vem como dizem os maias, vamos buscar levar a certeza de que há espaço para todo tipo de arte e todo o tipo de serviço, pois há todo o tipo de gente que faz todo o tipo de coisa e público para incentivar (se não tiver, desista!).

Para finalizar esse post gigantesco (desculpem, me empolguei com o assunto, espero que tenham tido paciência para ler), fica a dica de um site de um projeto muito legal, que aborda justamente esse tema do qual tratamos aqui: http://www.desvirtual.com/thebook/portugues/projeto.htm

Abraços, até a próxima.

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